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terça-feira, 29 de março de 2011

Especialistas ensinam a interpretar os sinais que informam sobre o passado do seu futuro carro


Com tanta oferta de modelos e condições de pagamento, comprar um usado ficou muito fácil. Difícil mesmo é avaliar se o veículo que você escolheu está em bom estado ou esconde surpresas desagradáveis embaixo do capô ou sob a pintura. Para revelar esses inimigos ocultos, conversamos com os especialistas do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi), que dão algumas dicas importantes na hora de comprar um carro usado. Porém, por mais dicas que você tenha em mãos, recomenda-se sempre que possível levar um especialista em funilaria ou um mecânico de confiança no ato da compra. Dá trabalho, mas vale a pena.

PARTE MECÂNICA

• Não confie apenas no que está registrado no hodômetro, que sempre está sujeito a manipulações. Se o carro computa 30 000 quilômetros rodados e os pneus são novos, significa que houve substituição e o carro rodou ao menos 50 000, afinal, as fabricantes de pneus recomendam usá-los por até 60 000 quilômetros. Com os mesmos 30 000 no hodômetro, mas com os pneus carecas, descobre-se que o marcador foi adulterado, já que eles deveriam estar próximos da meia-vida.

• Se o pedal de freio estiver nitidamente desgastado, é porque o carro deve ter mais de 60 000 ou 70 000 quilômetros rodados. O mesmo vale para alavanca de câmbio e volante lisinhos - a regra não se aplica se eles forem revestidos de couro, que costuma se desgastar mais rapidamente. O banco do motorista esfolado na parte esquerda do assento indica que houve um excesso de entra-e-sai.

• Hodômetros digitais podem ser facilmente manipulados. Alguns mecânicos alteram o equipamento por cerca de 80 reais. Mas aqui há solução. Caso o comprador queira saber a quilometragem real, leve o veículo a uma oficina autorizada e passe um scanner no módulo central. Ali vai aparecer o número verdadeiro da rodagem do automóvel.

• As garantias de câmbio e motor dadas por alguns lojistas são ilusórias. Esse tipo de benefício é usado como forma de atrair compradores, porque na realidade são componentes difíceis de quebrar nos três meses da garantia. Em alguns casos, a revenda enrola o cliente até que o período dos três meses acabe e o comprador tenha que arcar com os custos.

• Quando o modelo é equipado com sistema de airbag ou de freios ABS, gire a chave e espere a luz respectiva se acender e depois se apagar, indicando que está tudo certo. Se a luz não aparecer, algo está errado. Pode indicar que o carro bateu e o airbag não foi reposto.

• Mesmo com o motor aparentemente em ordem, vale abrir o capô e observar o cabo do acelerador. Se estiver com graxa ou óleo, fuja, pois o vendedor está usando um artifício para abafar barulhos mecânicos. Fique atento aos barulhos no motor. Na maioria dos automóveis, isso ocorre porque houve alguma colisão e as peças trocadas jamais se encaixarão da mesma forma que as originais.

• Se ouvir barulhos estranhos na suspensão, suspeite de algum acidente. Esses componentes são projetados para durar perfeitamente até os 60 000 quilômetros. Para descobrir problemas, leve o veículo a algum terreno com piso irregular ou uma rua de paralelepípedos.

• Pneus com gasto excessivo tanto na parte externa da banda de rodagem quanto na interna significam problemas de alinhamento ou, pior, que foi batido. Se sofreu mesmo um acidente, desista da compra. Um carro desalinhado por colisão jamais poderá ser corrigido corretamente.

• Olhe a ponteira do escapamento e certifique-se de que só haja fuligem preta. Se estiver pegajoso, cheio de óleo, é sinal de que o motor precisa de algum tipo de conserto.

FUNILARIA E PINTURA

• Retire as borrachas de guarnição de todas as portas e verifique os pontos de solda. Se não existirem esses pontos, ou notar alguma diferença, caia fora, pois o carro foi batido. É quase impossível um funileiro fazer os mesmos pontos de solda desenvolvidos nas fábricas.

• Compre carros que apresentem riscos na lataria, em opção a um modelo que esteja visualmente impecável. Na maioria das vezes, um veículo aparentemente limpo esconde uma história de acidentes ou ao menos de repintura. Nesse caso, tanto para compradores quanto para vendedores, é mais interessante reduzir um pouco o preço.

• Observe com atenção a pintura. Um dos erros mais básicos de quem sofre um acidente e manda consertar a lataria é que a tinta utilizada normalmente tem textura diferente. A de fábrica em geral é mais lisa, enquanto as feitas em oficinas apresentam alguns pontos de ranhura e opacidade.

• Coloque o carro em um local bem iluminado. Fazendo isso, dá para solucionar dois problemas de uma vez. O primeiro: como 95% dos automóveis são pintados com tintas metálicas, as manchas na pintura irão aparecer com a incidência de luz. Outro problema pode ser resolvido se o comprador for até a parte traseira do veículo e observar toda a lateral. Se houve colisão ou conserto, provavelmente será notada alguma ondulação, mesmo para quem não é um especialista.

• Uma porta que por diversas vezes apresentou problemas na hora de fechar demonstra que o veículo deve ter sido batido. Depois de um acidente na porta, dificilmente ela voltará a funcionar normalmente, mesmo com um bom trabalho de funilaria. A regra também vale no caso de haver diferença entre os vãos das portas.

• Abra o capô e analise cuidadosamente se existem pontos de solda entre o painel e o pára-lama. Se perceber alguma diferença nessa parte em relação às junções de chapa metálica, saiba que o carro já colidiu de frente.

• Um bom funileiro pode consertar a traseira, mesmo em uma colisão que danifique bem um automóvel. No entanto, por melhor que seja o serviço, o local do estepe pode provar o contrário. Quando for adquirir um veículo, levante o pneu sobressalente e olhe com atenção a região. Se ela mostrar algum ponto estranho de solda, ou mesmo se estiver oval, está comprovado que houve colisão traseira.

• Boa parte das peças originais que equipam o motor de um carro sai de fábrica com leves pontos de tinta - vermelha, azul, amarela. É especialmente comum em porcas e parafusos. Se o automóvel a ser comprado não apresentar isso, significa que as peças foram substituídas, apresentando mau uso ou então uma batida. Cheque especialmente os pontos de fixação do radiador, mais sujeito a danos.

ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES


Nunca é demais lembrar que você sempre corre o risco de estar comprando um veículo roubado. Para isso, algumas regrinhas básicas ajudam a conferir sua procedência:


• A simples checagem do número de chassi gravada nos vidros pode revelar muita coisa. Alguns falsificadores não trocam os vidros, pois sabem que quase ninguém se lembra de conferi-los. Verifique também se os números têm o mesmo padrão de marcação ou se há partes apagadas ou rasuradas.


• Os cintos de segurança têm sempre uma etiqueta onde consta o ano de fabricação. Se não bater com o ano que está no documento, o carro pode ser roubado.


• Algo simples e que poucos compradores fazem é checar o número do chassi no monobloco.


• Atenção para placas de outros estados. Elas podem esconder um carro clonado ou uma extensa lista de multas não pagas.


• Antes da compra, peça o número do Renavam e a placa, acesse o site do Denatran (www.denatran.gov.br) e clique em "Consultas On-Line". Ali você confirma cor, ano, modelo e número do chassi, além de saber se há multas ou IPVA em atraso, ou mesmo registros de ocorrência de furto, perda total ou alienação pelo banco.
Fonte QUATRO RODAS.

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